Braga Netto foi preso preventivamente neste sábado sob a acusação de obstrução de Justiça; segundo a PF, ele foi ‘figura central’ em tentativa que planejava o assassinato de Lula e Alckmin
Walter Braga Netto, preso neste sábado (14) pela Polícia Federal, é ex-ministro da Casa Civil e foi candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro em 2022. A prisão ocorreu no Rio de Janeiro, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
O nome do militar foi mencionado nas investigações da PF sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. Em depoimento, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, afirmou que Braga Netto teve participação ativa no planejamento. O general, assim como Bolsonaro, negou qualquer envolvimento em esquemas para desestabilizar a ordem democrática.
Braga Netto integrou o governo Bolsonaro em 2020, assumindo a Casa Civil no lugar de Onyx Lorenzoni. Em 2021, foi nomeado ministro da Defesa, cargo que ocupou até se lançar como vice na campanha de reeleição presidencial.
Natural de Belo Horizonte (MG), Braga Netto, 64 anos, ingressou no Exército em 1974 e ocupou postos estratégicos, como chefe do Estado-Maior da 5ª Brigada de Cavalaria Blindada e comandante do Comando Militar do Leste (CML). Durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 no Rio de Janeiro, atuou como coordenador-geral da segurança do evento.
Seu maior destaque veio em 2018, ao liderar a intervenção federal no Rio de Janeiro como interventor na segurança pública. Nesse período, coordenou as polícias Militar e Civil e o Corpo de Bombeiros em meio a uma crise de criminalidade e desarticulação das forças de segurança estaduais.
Atualmente, Braga Netto encontra-se detido sob custódia das Forças Armadas no Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro, enquanto prosseguem as investigações sobre seu suposto envolvimento na tentativa de golpe.
Foto: Pedro Kirilos/Estadão / Estadão