Autoridades da Guatemala resgataram, nesta sexta-feira (20/12), 160 crianças de uma propriedade pertencente à seita Lev Tahor, um grupo judaico ultraortodoxo sob investigação por suspeitas de abuso sexual infantil. A informação foi divulgada pelo ministro do Interior, Francisco Jiménez.
“A operação resultou no resgate de 160 menores que teriam sido abusados por um integrante da seita Lev Tahor”, afirmou Jiménez na rede social X. A ação ocorreu em uma propriedade localizada no município de Oratorio, cerca de 60 km a sudoeste da capital, onde a seita está instalada desde 2016.
A busca foi conduzida pelo Ministério Público, com o apoio de dezenas de policiais e uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos e assistentes sociais de diversas instituições. O ministro enfatizou: “Tolerância zero ao abuso infantil!”. Ele também destacou que a operação contou com o apoio do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS).
A seita Lev Tahor tem sido alvo de denúncias relacionadas a abuso infantil, casamentos forçados e gravidez na adolescência. Em outubro, uma tentativa de inspeção para verificar as condições das crianças foi obstruída pelos líderes do grupo, repetindo o ocorrido em agosto.
Descrita pelos próprios membros como vítima de “perseguição religiosa”, a seita se estabeleceu em Oratorio em 2016, após ser expulsa de um povoado indígena maia em 2014 devido a conflitos com moradores locais. Antes disso, passaram um período na capital do país.
Fundada na década de 1980, a Lev Tahor reúne adeptos que vestem roupas escuras e seguem uma interpretação ultraortodoxa do judaísmo. O grupo chegou à Guatemala em 2013 e, segundo estimativas, é composto por cerca de 50 famílias originárias de países como Guatemala, Estados Unidos e Canadá.
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